sexta-feira, 2 de março de 2018

MENINAS PEQUENAS, NEGRAS E POBRES: por novas experiências de felicidade nos currículos escolares no município de Lauro de Freitas


Por Fátima Santana Santos*

O processo de construção identitária de uma menina negra e pobre, no Brasil, é uma “tarefa” muito complexa, depois da família a escola torna-se um espaço decisivo para como essas construções se solidificam e se amalgamam nos corpos dessas crianças.

Essas experiências precisam ser construídas pelos coletivos através de novas insurgências, nas quais os espaços educativos possam promover e ressignificar o seu currículo  a partir da lei 10.639/03, e de novas concepções que todos os dias nascem nos bairros, favelas, comunidades, terreiros e territórios.

Ainda enfrentamos nas instituições de educação infantil do município de Lauro de Freitas problemas como espaços inadequados para as crianças pequenas, falta de profissionais, baixa qualidade na alimentação escolar, e tantas outras precarizações, portanto,  ao invés de nos debruçarmos em ampliarmos as propostas curriculares,  caminhamos lutando por direitos elementares.

As meninas pequenas, negras e pobres que adentram nossas escolas nos inspiram a seguirmos resistindo. Elas, em meio as dificuldades, tornam-se curriculantes pois sentem e pensam o mundo de forma muito peculiar, são elas que convocam e nos provocam a lutarmos por uma pedagogia engajada.

É preciso que as nossas meninas vivenciem suas experiências positivas e de representatividade no âmbito escolar na perspectiva da emancipação onde novas provocações sejam construídas sobre o currículo escolar em instituições de Educação Infantil.

Desta forma, desejamos que a experiência com a felicidade traduzidas em história de muitas meninas pequenas, pobres e negras promovam de forma potente novas reflexões sobre o ensino das relações étnico-raciais no Brasil, e que essas experiências com os seus coletivos e com os seus mundos,  possam empoderá-las  a escrever, criar, dançar, brincar, construir novas e tantas outras histórias.

*Mestranda no Programa de Pós-graduação em Ensino em Relações Étnico-Raciais - UFSB, possui graduação em Pedagogia - Faculdades Integradas Olga Mettig (2008), Psicopedagogia pela Psicoped, atualmente é Coordenadora Pedagógica do Centro Municipal de Educação Infantil Dr. Djalma Ramos, foi ganhadora do Prêmio Arte na Escola Cidadã no ano de 2015 no segmento educação infantil, com o projeto Dr. Djalma Ramos e seu amor por Riachão, é Especialista em educação Integral para Gestores e Coordenadores da Rede Pública de Ensino da Região Metropolitana de Salvador, e discente do Curso de Especialização Pobreza, Desigualdade e Educação - UFBA.

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