A TV Bahia cobriu na manhã de ontem, 25, na frente da prefeitura de Lauro de Freitas, o Ato Público que a Associação dos Trabalhadores em Educação de Lauro de Freitas realizou com o objetivo de esclarecer a comunidade do Centro de Lauro as principais razões da paralisação.
Durante o ato, os manifestantes expuseram a situação pela qual está passando a educação do município. Problemas como falta de carteiras, falta d'água, péssimas condições de trabalho, falta de funcionários para atender as demandas escolares etc. Para a Asprolf, a culpa de as escolas estarem paradas não é do tabalhador, mas da prefeitura.
Após as falas, os trabalhadores saíram em caminhada pelas ruas do Centro entregando panfletos explicativos do movimento. A população assistiu à passeata e contribuiu recebendo o texto informativo. Em seguida, a comissão do sindicato se reuniu com a comissão do governo para mais uma rodada de negociação, sem a presença da prefeita Moema Gramacho, que até o momento não se pronunciou sobre o caso.
Na terça-feira, 01, às 09h, na Associação dos Funcionários Públicos do Estado da Bahia, haverá nova assembleia para apreciar a reunião do dia 25 e definir o rumo da luta.
Para situar o leitor um esclarecimento prévio. Paulo Freire aponta as razões porque nós professoras, professores devemos rejeitar sermos chamados de tias, tios. A saber:
“A recusa, a meu ver, se deve sobretudo a duas razões principais. De um lado, evitar uma compreensão distorcida da tarefa profissional da professora, de outro, desocultar a sombra ideológica repousando manhosamente na intimidade da falsa identificação. Identificar professora com tia, o que foi e vem sendo ainda enfatizado, sobretudo na rede privada em todo o país, quase como proclamar que professoras, como boas tias, não devem brigar, não devem rebelar-se, não devem fazer greve. Quem já viu dez mil “tias” fazendo greve, sacrificando seus sobrinhos, prejudicando-os no seu aprendizado? E essa ideologia que toma o protesto necessário da professora como manifestação de seu desamor aos alunos, de sua irresponsabilidade de tias, se constitui como ponto central em que se apóia grande parte das famílias com filhos em escolas privadas. Mas também ocorre com famílias de crianças de escolas públicas.
Me lembro agora de como o então presidente da Associação de Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo – Apeoesp –, professor Gumercindo Milhomem, alguns anos passados, respondeu à acusação de famílias de alunos das escolas da rede estadual, em greve, num programa de televisão. As famílias acusavam os professores de prejudicar seus filhos, descumprindo o seu dever de ensinar, a que Gumercindo respondeu que havia um equívoco na acusação. Professoras e professores em greve, dizia ele, estavam ensinando, estavam dando a seus alunos, pelo seu testemunho de luta, lições de democracia (de que tanto precisamos neste país, acrescento agora).
Reflitam, caros colegas!
Se aceitarmos sermos responsabilizados pela educação de "sobrinhos" onde ficarão nossos direitos de profissionais de educação? Se reduzirá a briga de família?
Somos cobrados (e devemos ser) como profissionais que sejamos tratados e nos comportemos como tais!
Estejamos alertas e engajados com o movimento. Estarei amanhã na assembléia e vc?