O movimento de mulheres
contra Jair Bolsonaro, que domina as Rede Sociais e já conta
com quase 4 milhões de integrantes a seu grupo no Facebook, sairá
às ruas no Brasil e em várias cidades pelo mundo amanhã, sábado, 29,
para manifestar repúdio ao candidato à Presidência pelo PSL. Certamente, esta
será uma das mais significativas manifestações de rua que teremos no país nos
últimos anos. Para além do antipetismo que é apontado na grande mídia como a
explicação do crescimento do leitor de Ustra, sua candidatura surfa numa onda mundial
de Ódio à Democracia.
Sob o governo de um partido do campo
progressista, o Brasil e sua frágil democracia avançou, timidamente, mas
avançou. O ódio expresso,
especialmente pela Classe Média do país, não é ao PT ou aos erros cometidos
pelo PT, mas a seus acertos. A Classe Média não conseguiu digerir a diminuição
da distância entre eles e as classes populares. Algumas das pessoas, por
exemplo, que os chamavam de Dotô, agora sentam-se ao seu lado no avião e tem
filhos que terão mais escolaridade que ele. Essa fatia da Classe Média tem ojeriza às
políticas afirmativas que garantiram pobres negros, indígenas e quilombolas nas
Universidades e no Setor público.
O ódio à democracia também alcançou setores das igrejas Cristãs,
especialmente evangélicas, que assistiram outros grupos religiosos e não
religiosos avançarem no direito a expressarem suas crenças e visões de mundo.
Alguns evangélicos fundamentalistas dogmatizaram tanto sua visão de mundo que
não conseguem compreender que uma pessoa que tem religião diversa da sua ou que
tem uma sexualidade que não acompanha o padrão estipulado por seus Dogmas possa
se expressar no mundo. Eles odeiam e não
conseguem compreender qualquer politica pública que tente diminuir a violência
que sofrem esses grupos.
O ódio à democracia alcançou, especialmente, homens Machistas, que
não suportam os rumos que o país, devido a intensa luta de mulheres, tem
decididamente tomado na direção da superação do machismo. Tanto no combate à
ideologia machista, quando na criação de leis e políticas públicas que visam
diminuir a estrutural desigualdade de gênero que povoa, absoluta, as
Instituições Públicas. As medidas democráticas que punem a violência doméstica
que mata mulheres, que inibe manifestações culturais públicas que reforçam essa
violência são conceituadas e tipificadas como “mi, mi, mi”.
O que está em jogo, nessas eleições,
é muito caro pra nós: a vida das mulheres, a vida da juventude negra, a vida das
pessoas LGBTs, a dignidade das pessoas pobres, os direitos fundamentais dos
trabalhadores e por fim toda e qualquer possibilidade de lutarmos por uma
sociedade mais justa e igualitária.
O movimento acontecerá dias depois do
Vice da Chapa atacar direitos trabalhistas fundamentais como décimo terceiro e
férias e um adolescente usar uma arma de fogo (a política pública do coiso)
para matar seus colegas numa escola do Paraná.
A ASPROLF, nesse sentido, apoia e incentiva as mulheres da Rede a
participar e somar forças na luta contra o fascista, amanhã, na mobilização que
ocorrerá a partir das 14h, na Praça do Campo Grande em Salvador.
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